Time de Messi ganha da Croácia, que eliminou a seleção brasileira, e está na final da competição mundial

Por Robson Morelli*

A Argentina está na final da Copa. O Brasil não. A Argentina usou seu time principal em todos os jogos que fez até agora, o último deles nesta terça-feira, diante da Croácia, a mesma que mandou a seleção brasileira para casa mais cedo. O Brasil preferiu descansar seus titulares em um jogo e se valeu de todos os 26 convocados no Catar. Messi assumiu o time e contagiou o país. Neymar foi mais uma vez um jogador comum em seu terceiro Mundial.

Há muitas diferenças nas duas seleções sul-americanas mais famosas do mundo. Nesta Copa, os times rivais andaram em caminhos diferentes, assim como foram seus resultados. A Argentina chegou à final. O Brasil foi eliminado. Em 7 acertos, veja o que fez o time de Messi no Catar comparado ao que não fez a seleção de Neymar.

ACERTO 1

Mesmo cotada como uma das favoritas por causa da sequência de 36 jogos sem perder antes de desembarcar no Catar, a seleção argentina nunca acreditou ou se enganou com o seu retrospecto, embora o clima tenha sido sempre de confiança. A campanha na primeira fase foi de sustos e de desafios. A derrota na estreia para a Arábia Saudita serviu de alerta para o time, que passou a jogar para não cair fora mais cedo. O Brasil ganhou as Eliminatórias e se encheu de razão. Também venceu as duas primeiras partidas na fase de grupos e acreditou que tinha caminho fácil na competição.

ACERTO 2

A Argentina teve de atuar com seus principais jogadores em todos os jogos, com risco de ser eliminado. Isso deu ao time de Lionel Scaloni a necessidade de jamais baixar a guarda no Catar. A vitória contra o México na segunda apresentação no Mundial foi a partida mais decisiva da campanha porque ela manteve a seleção viva. Messi vibrou como nunca. O Brasil bateu a Suíça no segundo jogo e, por algum motivo, Tite achou que os titulares deveriam descansar. Ele trocou os 11 titulares por 11 reservas. O time perdeu por 1 a 0 para Camarões e perdeu o foco, trouxe as críticas para dentro de sua concentração.

ACERTO 3

Messi assumiu sua condição de líder e craque e não deixou ninguém desanimar, mesmo após a zebra diante dos sauditas. Jogou muito quando a Argentina mais precisou dele, com gols e lances de gols. Em poucas apresentações, seu nome já era apontado como um dos principais da competição. Messi avisou a todos que seria sua última Copa. Ele encantou o torcedor no Catar. Neymar se machucou na estreia e precisou ficar fora de duas partidas. Murchou no hotel da seleção em Doha. Voltou contra Coreia do Sul e Croácia. Mas não foi nem de longe o jogador que se propôs a ser no Mundial.

ACERTO 4

Lionel Scaloni nunca deixou de mirar Messi como seu maior astro. Nem escondeu do elenco que a Argentina corria pelo craque. O treinador conseguiu reunir um grupo que entendeu sua proposta. Scaloni teve o apoio de um país inteiro. Falou em nome de Messi, da alegria da Argentina, de uma conquista para o povo. Tite nunca teve isso. Valorizou Neymar, mas nunca fez dele o pivô da seleção. Teve uma torcida dividida por causa da eleição presidencial entre Lula e Bolsonaro. O brasileiro se manteve assim mesmo após o resultado do pleito, entre aplausos e vaias.

ACERTO 5

A Argentina também teve em seu goleiro Emiliano Martínez uma de suas principais figuras. Quando precisou entrar em cena, incomodar o rival e fazer boas defesas, ele fez a diferença. Contra a Holanda, pegou dois pênaltis após empate no tempo normal e na prorrogação. Esteve em todos os jogos, sempre ligado. Alisson não teve culpa no gol de empate da Croácia nem nos gols de pênaltis sofridos na decisão da disputa, mas é inegável que o goleiro do Brasil não foi testado como deveria e isso pode tê-lo deixado sem ritmo e espírito no Mundial. Esteve sempre ‘frio’ nas partidas.

ACERTO 6

A Argentina focou seu compromisso em ganhar as partidas e não em agradar ao grupo que foi convocado pelo técnico Scaloni. Dos 26 atletas, 21 foram usados na competição até antes da semifinal, sendo que dez deles atuaram em todas as partidas até a classificação diante da Holanda. Nunca houve nenhum compromisso em escalar todos os atletas. Tite fez questão de divulgar que todos os 26 jogadores chamados atuaram ao menos alguns minutos na Copa. Disse isso como uma conquista pessoal. Usar reservas contra Camarões dividiu a opinião dos torcedores.

ACERTO 7

Messi, além de sua liderança técnica, foi o capitão que a Argentina sempre sonhou ter. De uns tempos para cá, o camisa 10 passou a falar mais, a cobrar mais, a reclamar mais, a não levar desaforo para casa. Incorporou toda a ‘malandragem’ da lenda Diego Armando Maradona. Isso fez bem para ele e para o elenco. O Brasil foi para a Copa sem saber quem seria seu capitão. Tite deu a braçadeira para muitos jogadores nos seis anos de comando. No Mundial, efetivou Thiago Silva e anunciou que não haveria rodízio. O zagueiro nunca foi um capitão de verdade.

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*Com Estadão 

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