Por Leandro Narloch – Veja

Uma das principais preocupações com Donald Trump é que ele barre a imigração de estrangeiros e deporte os imigrantes ilegais que trabalham nos EUA.

Curiosamente, poucos questionam por que imigrantes latinos preferem arriscar a vida emigrando para os EUA, onde trabalham ilegalmente sem nenhum direito, a permanecerem em seus respectivos países, nos quais são agraciados com leis trabalhistas amorosas criadas por políticos protetores.

Por que, afinal, os países com “melhores” leis trabalhistas exportam trabalhadores?

Se as leis que protegem os empregados realmente tivessem o efeito esperado, veríamos americanos emigrando em massa para a América Latina, e ingleses fugindo em debandada para a Espanha e Portugal, onde é quase impossível demitir alguém.

Operários dos Estados Unidos, onde não há obrigação de aviso prévio, multa por rescisão de contrato e nem férias remuneradas, atravessariam desertos a pé para chegar ao México, onde o custo médio de uma demissão é de 74 semanas de trabalho. Mas o que vemos é o contrário: os trabalhadores fogem dos países com leis que os protegem demais.

Há quase 200 mil portugueses e espanhóis trabalhando na Inglaterra, onde é muito fácil contratar e demitir. Cerca de 4 milhões de indonésios (segundo o Banco Mundial, um dos países onde é mais caro demitir) trabalham na Malásia, na Austrália e também em Cingapura, onde sequer há uma lei geral de salário mínimo.

Considere estes dois grupos de países:

1. Estados Unidos, Canadá, Austrália, Cingapura, Hong Kong (China), Maldivas, Ilhas Marshall.
2. Bolívia, Venezuela, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe, Tanzânia, Congo e República Centro Africana

Quem acredita na mágica das leis trabalhistas diria que elas são mais rígidas nos países do primeiro grupo. Afinal, vivem ali os trabalhadores com melhor qualidade de vida no mundo.

Na verdade, no grupo 1 estão os sete países que, segundo o Banco Mundial, têm as leis que menos azucrinam os patrões. Já o grupo 2 reúne os sete países que mais protegem os trabalhadores.

Eis um fato: países com leis trabalhistas muito rígidas são geralmente lugares ruins para se fazer negócio. Lucro é considerado pecado; empresários são tidos como vilões. Pouca gente se aventura a investir ou abrir vagas de trabalho em lugares assim.

Já os países onde as leis trabalhistas são mais leves costumam ter mais liberdade para empreender, tradição de respeito à propriedade, facilidade para investir e, por causa disso tudo, mais oportunidades para os pobres.
É a facilidade de fazer negócios, e não um punhado de palavras escritas no papel, que garante direitos aos trabalhadores.

Por isso, vários latinos continuarão fugindo da proteção de seus políticos e arriscando a própria vida para entrar na “terra de Trump”, mesmo sabendo que lá não terão nenhum direito trabalhista.

Esses “ingratos” não valorizam o amor que recebem de seus políticos…

Da Redação com informações da revista Veja

11 COMENTÁRIOS

  1. Quem acha que isso pode se aplicar em países como o nosso, não se esqueça que aqui se paga muiiiito mal. Então, aqui essas leis acabam sendo importante. Aqui são outros 500, infelizmente.

    • “Aqui” são outros 500 porque esquece a lei fundamental do mercado, a da oferta e da procura. Se houver incentivo ao investimento, e esse investimento for captado, não se preocupe que a lei que mencionei rapidamente se encarregará de fazer os salarios crescer!

  2. De cara achei a comparação com os países no mínimo tendenciosa.
    Poderia se comparar com a França, onde sempre q tentam mudar as leis trabalhistas o povo vai pra rua protestar.
    E querer defender China é forçar a barra, ne? Num país onde se exploram crianças de 6, 7 anos, colocando essas crianças pra trabalhar mais de 10 horas por dia, pra colocar dinheiro no bolso do generoso patrão é uma afronta ao sentimento humanitário.
    Por fim, EUA vive uma realidade mto diferente dos países latinos, e isso se deve na minha opinião, a história de criação desses países, onde os latinos eram e continuam sendo Colônia de exploração, onde uma elite minoritária explora a maior parte do povo. Ja nos EUA foi Colônia de povoamento, onde a ideia era de se fazer uma nação mais justa e igualitária, mesmo q alguns levassem alguma vantagem. Não vejo mta diferença de lá pra cá.
    Mas vale lembrar q EUA e China são os países q mais poluem o mundo, oq realmente mostra o quanto se preocupam com a humanidade.
    Não estou pregando ideias comunistas ou radicais, mas já se existem 2 tipos de capitalismo, que seriam o capitalismo clássico e o capitalismo social.
    Talvez consigamos alinhar os pensamentos partindo dessas linhas de raciocínio.
    Veja abaixo exemplos de países europeus q pensam no bem estar dos trabalhadores.
    https://www.freetheessence.com.br/nova-economia/modelos-disruptivos/jornada-de-trabalho-reduzida/

  3. Tambem acho que ele estar certo eh direito dele como americano defender o país em que ele vivi contra a criminalidade de pessoas que chegam no país de outros ilegal e ainda por cima nao tem respeito com a decisao do homem. Ser imigrante Ilegal é Crime e pronto!..as pessoas tem que aprender saber disso! E por que nao se esforçam a entrar dentro da lei Legalmente?????…

    • crime e crime e lei e pra ser comprida , tanque mandar pra casa afinal somos imigrantes e temos que nos comportar com elegância e ética , i am love usa .. the bronx brazil

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here