Por Delmo Menezes

Mais uma vez somos surpreendidos com a divulgação de áudios da operação Drácon que vieram a público neste sábado (25), através do Correio. São revelações graves que não podem ser ignoradas.

Tempos atrás, o Agenda Capital, trouxe um artigo intitulado, Corrupção: O mal que assola Brasília e o Brasil, onde mostramos que a corrupção parece estar enraizada em todos os níveis.

Alguns políticos com raríssimas exceções, acreditam que o povo é “idiota”, e que são facilmente manipulados. Acham que por estarem debaixo de uma imunidade parlamentar ou pelo cargo que exercem, se sentem acima da lei. O povo de Brasília, evoluiu muito politicamente. Até mesmo aqueles que não gostam de política, sabem muito bem o que acontece nos bastidores.

A moda de uns tempos para cá, são “suas excelências” usarem a igreja como moeda de troca para conseguirem seus objetivos políticos. Temos que acabar com esta hipocrisia, e sermos vigilantes neste sentido. Enganam pessoas simples, com um discurso moralista em nome de Deus. Outros prometem aquilo que é impossível de cumprir para se elegerem a qualquer custo. Está escrito: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem tudo me convém. Todas as coisas me são lícitas, mas não deixarei ser dominadas por nenhuma delas”.

Na matéria de hoje (25) do Correio, os áudios que vieram a público, nos mostram que havia uma tentativa de alguns distritais e seus assessores, de tentar “abafar” a operação Drácon e ficar por isso mesmo. Se em época de Lava Jato, é para passar o Brasil a limpo, então que tudo seja devidamente esclarecido, resguardado evidentemente, o direito constitucional do contraditório e da ampla defesa.

A operação Drácon, mostrou um esquema evolvendo pelo menos cinco parlamentares, que tentaram atrapalhar as investigações dos órgãos competentes. Os acusados contrataram excelentes advogados na tentativa de se livrarem das denúncias. Os áudios divulgados pela reportagem, não deixam dúvidas, que parlamentares tentaram se mobilizar em busca da salvação dos seus mandatos.

Trechos da gravação, revelam conversas como da ex-presidente da Câmara, deputada Celina Leão (PPS), se referindo a questões relacionadas à família, às relações políticas e à equipe do deputado Chico Vigilante, um dos mais críticos à atuação da deputada.

Em outra parte do áudio, a deputada Celina é interrompida por um servidor, que traz um recado supostamente enviado pelo delegado Flamarion Vidal, chefe da 4ª DP (Guará). “Vim falar uma mensagem do Flamarion para você: ‘Fala para a Celina eu tô 100% com ela, se ela precisar eu fico do lado dela’”, teria dito o delegado, de acordo com o relato do servidor.

Segundo o delegado Flamarion, ele apenas orientou Welber a agir em caso de uma eventual extorsão que o policial presenciasse, sem tomar conhecimento de nenhum fato relacionado. “Algema e leva para delegacia”, afirmou. Sobre o comentário do assessor de Celina, Flamarion disse: “Não falo sobre comentários alheios. Só posso dizer que somos conhecidos pela isenção no trabalho de apuração, doa a quem doer”.

O deputado Cristiano Araújo (PSD), também teve seu nome divulgado nas conversas sobre uma suposta liberação de uma emenda destinada à área de saúde. A um interlocutor ele teria dito: “Vamos ser sinceros. Ninguém aqui é virgem”. A resposta foi: “Isso é fichinha, meu amigo”. Cristiano ainda fala em usar a CPI contra Rollemberg.

O Agenda Capital manteve contato com o deputado Cristiano, que de pronto esclareceu que não teve acesso a todas as gravações ambientais, como o Correio teve. De acordo com o parlamentar, “é natural deputados receberem demandas do setor produtivo, e eu como faço parte do setor produtivo, recebo semanalmente em meu gabinete através dos sindicatos, todas as demandas. Segundo Cristiano, não existe nenhum crime em o parlamentar receber o setor produtivo e encaminhar as demandas”, disse.

Outros trechos dos áudios, mostram conversas entre servidores do gabinete de Celina Leão. Um funcionário faz menção a supostas denúncias contra Rollemberg.

Nota do editor:

Apesar da vergonha que todos sentimos neste momento, está na hora de passarmos a limpo a política de nossa capital. É utopia, pensarmos que conseguiremos de uma hora para outra. Mas quem sabe, depois de toda “sujeira ser removida”, possamos novamente nos orgulhar da nossa cidade, capital de todos os brasileiros.

Da Redação do Agenda Capital

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